Arquitecto(s): Sheppard Robson, John Cooper Architecture, GAPP e Ruben Reddy Architects
Localização: Joanesburgo, África do Sul
Ano: 2016
Cliente: Nelson Mandela Children’s Fund
Programa: Hospitalar
Área: 29.900 m²
Estado: Construído
Prémios: GIFA Awards (Vencedor)
Os edifícios grandes, em tamanho, sempre foram um caso particular para os arquitectos, pois devido à sua escala, obrigam os arquitectos a um esforço maior naquilo que é a sua actividade, tentando controlar as inúmeras variáveis que se impõem a um projecto de arquitectura. Tanto o é, que vários arquitectos produziram e produzem material referente ao tema. Talvez um dos mais conhecidos, seja o texto do arquitecto holandês Rem Koolhaas, o “Bigness or the problem of Large” (Grandeza, ou o problema do Grande, em tradução directa), aonde o arquitecto reflecte sobre o assunto.

É nesta senda que trazemos o projecto do Hospital Pediátrico Nelson Mandela, aonde a equipa de projecto é constituída por quatro ateliers diferentes, todos orientados de modo a obter o melhor resultado e controlar todas as especificidades de uma obra de tamanha dimensão. Localizado na cidade de Joanesburgo, o hospital ocupa uma área de aproximadamente 3 Ha, pensados para albergar cerca 200 camas, podendo crescer para até 300. Foi estruturado a volta de quatro grandes pátios centrais, que dividem seis grandes naves, três delas longitudinais e três delas transversais. Destas últimas, projectam-se seis grandes molduras, três em cada um dos extremos, que dominam a paisagem.

Segue a tradução livre do texto do atelier Sheppard Robson International sobre a sua obra, extraído directamente do seu site:
O Hospital Pediátrico Nelson Mandela é um dos quatro hospitais pediátricos do continente africano, criado para oferecer à população um serviço de extrema necessidade para as crianças da África do Sul, e da Comunidade de Desenvolvimento da Grande África Austral. O hospital foi projectado pela Sheppard Robson International, John Cooper Architecture, GAPP e Ruben Reddy Architects.
O hospital funciona como uma instituição académica de referência no atendimento terciário, prestando serviços em especialidades médicas como Cardiologia, Neurologia, Nefrologia, Endocrinologia, e Cirurgia Geral ou Reconstrutiva.


Foi projectado para albergar 200 camas, com a possibilidade de aumentar a sua capacidade para até 300, e inclui uma proporção relativamente alta de camas dedicadas aos cuidados intensivos/críticos, juntamente com uma quantidade significativa de instalações para albergar os indivíduos que acompanham os seus parentes doentes.
No centro do design está um jardim secreto, um coração visual e espiritual para o hospital, de onde toda a actividade é baseada. As placas de piso rasas permitem que grande parte do edifício seja naturalmente iluminado e ventilado.

Compreensão
A história do que é hoje o Hospital Pediátrico Nelson Mandela (NMCH) remonta ao ano de 2007. O que nasceu a partir de um simples pedido de Nelson Mandela para melhorar o sistema de saúde pediátrica na África Austral, levou a uma campanha global de angariação de fundos para a construção deste hospital.
Esta foi uma oportunidade para criar um farol para os cuidados de saúde pediátrica, visto existirem apenas quatro instalações especializadas para crianças em toda a África. Sheppard Robson e John Cooper Architecture (JCA) colaboraram em 2009 para vencerem o concurso internacional para o novo hospital. A equipa reuniu valências de design especializado com experiência e especialização local para oferecer a visão do novo hospital.


Processo de Design
O design vencedor do concurso diferenciou-se das restantes estratégias de abrigar todos os departamentos em um único edifício “caixa”, o que muitas vezes leva a plataformas profundas onde os pacientes e a equipa têm pouco contacto com o mundo exterior. Após extensa consulta, ficou claro que longos corredores institucionais e sem janelas deveriam ser evitados em favor de um design que permitisse a ligação do interior do edifício ao seu ambiente natural.
O conceito dos ateliers Sheppard Robson e JCA girou em torno da criação de seis alas, cada uma com sua especialidade. Estes foram conectados por uma “rua” que percorreu o centro do projecto. Essa “rua” era vital para a conectividade, com três junções principais que permitem o fluxo eficiente de pessoas. A separação de pavimentos evitou cruzamentos e orientação assistida.


Ao decompor a massa do edifício em seis elementos, o desenho tem uma escala humana doméstica que tranquiliza e familiariza as crianças. Além de afastar-se de um sentimento de design institucional, cada ala tem subtis reviravoltas da linguagem de design comum para dar a ela uma identidade distinta; por exemplo, a cor das paredes de assombreamento solar – formadas por trilhos horizontais – muda para cada departamento, captando cores vibrantes e locais.
Sucessos
O processo de design de sete anos criou uma conexão estreita entre a natureza e o processo de cura, com a linguagem arquitectónica do projecto como um farol que brilha sobre a cidade a partir da sua localização proeminente.
O design robusto promove arquitectura arrojada e contemporânea, que foi entregue usando as técnicas de construção familiares a um trabalho local. O resultado é um projecto que, tanto dentro quanto fora, convida à contemplação e à calma.







