Arquitecto(s): TERRAIN architects
Localização: Nansana, Uganda
Ano: 2015
Programa: Dormitório
Estado: Construído
Área: 2.140 m²
Arquitecto(s) Locais: Enock Kibbamu / Plantek Limited
Empreiteiro: Aswangah Construction Services
Projectado pelo atelier japonês TERRAIN architects, com sede em Tóquio (Japão) e em Kampala (Uganda), o Dormitório AU está localizado na zona residencial de Yesu Amala, cidade de Nansana, distrito de Wakiso, Uganda. O edifício insere-se num contexto de baixa densidade, com construções de um único piso, e é uma aposta na educação e formação de jovens estudantes africanos oriundos de países da África subsariana, que serão posteriormente enviados para universidades internacionais.
O corpo do edifício é formado por uma série de volumes, dispersos, com cerca de 4 metros de largura, separados uns dos outros por pequenos pátios, e encontram-se dispostos no sentido norte-sul.


Segue uma tradução livre do texto dos autores do projecto sobre a sua obra:
O dormitório foi construído como um internato para 50 estudantes da África Subsariana para prepará-los para ingressarem em universidades no exterior. O edifício está localizado numa cidade em rápido processo de urbanização, a 13 km de Kampala, a capital do Uganda. Fica bem no equador, mas bem acima do nível do mar. O dormitório foi projectado para responder, simplesmente ao clima, com paredes altas, posicionadas no sentido Este-Oeste para maximizar a sombra e grandes aberturas voltadas para o Sul e o Norte – que trazem vento e luz para os quartos. É composto por salas de aula, dormitórios masculinos e femininos, aposentos para os funcionários, uma cantina, cozinha e também escritório para o staff.
No interior do edifício, o maior desafio era manter uma distância adequada entre actividades individuais silenciosas e actividades em grupo. Salas que compartilham um espaço entre duas paredes de tijolos – com 3 e 4 metros de largura, chamadas de “bay” – são unidas, enquanto as que ficam de cada lado da parede são separadas. Além do vão transversal – e unificado – três “bays” são grandes o suficiente para toda a comunidade se reunir. Percebemos que a população local passava dias quentes do lado de fora – na sombra e na brisa – e seguimos o mesmo princípio posicionando paredes nos lados este e oeste para dar sombra, e fazendo grandes aberturas nas fachadas Norte e Sul para atrair o vento e iluminar profundamente os cómodos.
A tecnologias de construção e todos os materiais foram adquiridos localmente – com respeito pela cultura local. Os tijolos vermelhos variegados foram cuidadosamente seleccionados e as paredes foram cuidadosamente construídas. É o facto do peso e a espessura visuais conferirem ao edifício uma sensação de segurança, como o tronco de uma grande árvore que está profundamente enraizada na terra, que faz com que as pessoas queiram tocá-lo ou apoiá-lo. Através de um longo processo de construção, pedreiros e operários encontraram orgulho nos seus próprios tijolos que originalmente pensavam não ter valor.




















