Arquitecto(s): Ramos Castellano Architects
Localização: São Pedro, Ilha de São Vicente, Cabo Verde
Ano: 2014
Área: 650,00 m2
Programa: Hotel
Colaboradores: Aderito Evora e Camille Cellier
Engenheiro(s): Eoceno Ramos
Carpinteiro(s): Aguinaldo e Tony.
A Ramos Castellano Architects é um atelier de arquitectura sediado em São Vicente, Cabo Verde, formado pela arquitecta cabo-verdiana Eloisa Ramos e pelo arquitecto e artista italiano Moreno Castellano. Situado em São Pedro, Ilha de São Vicente (a segunda ilha mais populosa de Cabo Verde), o Aquiles Eco Hotel possui uma identidade visual marcada por elegantes linhas ortogonais brancas que formam uma esquadria simples, preenchida por painéis de madeira. Características que facilmente nos remetem ao Terra Lodge Hotel (publicado há cerca de um ano aqui na plataforma) de autoria do mesmo duo de arquitectos.


Segue o texto dos autores do projecto sobre a sua obra:
Na praça principal duma pequena aldeia piscatória, o Hotel tenta integrar-se na arquitectura e na estrutura social do lugar. A arquitectura é simples, flexível, dialoga com as outras casas e construções. 13 quartos em madeira da dimensão dum contentor 2.5×7.5, postos dentro duma estrutura de betão (concreto) armado à vista pintado com cal branca. A ilha de São Vicente com um clima tropical seco flagelados pelos ventos alíseos é muito frágil em termos de materiais. Só pedras e areia, protegidas pelas leis e não renováveis a curto prazo.
Por esta razão a madeira certificada para os quartos, renovável, fácil de montar e desmontar fácil para transportar é sustentável. Devido a uma imprevisível demanda turística, os proprietários escolheram uma solução flexível, fácil de ser transferida para outro lugar, ou ser desmontada e utilizada em outro contexto ou país.



O hotel é um protótipo, cada solução é feita pensando globalmente mas agindo localmente. A água das duchas nos quartos é reciclada e reutilizada nas sanitas, num próximo futuro, painéis fotovoltaicos serão postos no telhado para produção de energia elétrica. O primeiro e o segundo andar são iguais, 6 quartos da dimensão dum contentor 7.5×2.5×2.5, e um armazém. O rés-do-chão tem uma recepção, a sala-restaurante, e a cozinha. Pavimento em betão polido, e móveis simples feitos a partir de madeira reciclada utilizada nas cofragem do betão armado.





O último piso tem uma suíte com vista para o mar, a lavandaria e um grande terraço. Os quartos têm uma configuração básica que corresponde e se enquadra no modo simples de viver da vila piscatória. Não tem ar condicionado, que não é preciso devido ao recurso à ventilação cruzada no prédio. Não tem televisão com o propósito de convidar os turistas a visitar a vila e a praia, ao invés de ficar nos quartos. Instalações de baixa tecnologia. E mínimas mensagens visuais, para deixar o hóspede se concentrar em si próprio e no ambiente à volta. Os quartos são feitos com um simples esqueleto de barrotes em madeira 8×8 e a sua pele é feita com painéis na mesma madeira. Peças d’arte do artista arquitecto Moreno Castellano são expostas no hotel.




















